A lição da Seleção Espanhola

Os comentaristas e jornalistas apontam dois motivos principais para a vitória da Seleção Espanhola na última Copa.

O primeiro é ter a maioria absoluta dos jogadores atuando juntos nos seus clubes, principalmente no Barcelona e no Real Madrid. É só lembrarmos que talvez não por acaso a Seleção Brasileira tenha ganhado no final dos anos 50 e nos anos 60 três Copas do Mundo (58,62 e 70). Tínhamos como base sobretudo o Santos e o Botafogo.

O segundo motivo, que pra mim é o principal, é o excelente trabalho de base feito pela Real Federación Española de Fútbol nas divisões de base. No blog do Marcelo Barreto (SporTV) vemos que de 1999 pra cá, a Espanha participou de 13 finais, contando as categorias sub 16 a sub 20 e os jogos olímpicos. E o principal, 15 jogadores campeões do mundo em 2010 participaram de pelo menos uma dessas decisões.

É verdade que, assim como a Seleção Brasileira, a Espanha não usou nesta Copa 2010, nenhum jogador que também tenha disputado o último mundial sub 20 (2009). Mas se considerarmos os mundiais sub 20 anteriores (2007 e 2005), vemos vários jogadores: Piquet, Mata, Martinez, Albiol, Xavi, Llorente, David Silva e Fabregas.

Para achar um jogador da Seleção Brasileira que tenha disputado um mundial sub 20, temos que ir mais longe: em 2003, Nilmar e Daniel Alves; em 2001, Maicon, Julio Batista, Luizão e Kaká; e em 1999, Júlio César e Juan.

O importante nas divisões de base, na minha opinião, não são os títulos, mas principalmente a formação de um grupo competitivo e jovem para mesclar com os veteranos. E isto a Espanha provou que aprendeu a fazer.